UM TÁXI PARA VIENA D´ÁUSTRIA, de Antônio Torres, é um dos mais respeitados e conhecidos trabalhos da obra do escritor baiano. Escrito em 1991, o romance que traz referências a trabalhos anteriores de Torres, uma espécie de registro que une toda a obra do autor, num amplo retrato fiel às contradições e dramas emocionais. O livro conta a história de um publicitário desempregado que comete um crime e pega um táxi para fugir. Mas na hora errada: na hora do rush. No meio de um gigantesco congestionamento em Ipanema o fugitivo escuta atentamente a missa em dó maior, de Mozart, que toca no rádio do carro, iniciando assim uma viagem imaginária, na qual nem tudo é realidade. Mas sua fantasia está longe de ser apenas um sonho. Confinado em um táxi o personagem de Torres é metáfora do Brasil, de um país que parece não andar. Eternamente preso a um engarrafamento. Em UM TÁXI PARA VIENA D´ÁUSTRIA, ladrões assaltam falando de Cervantes, Machado de Assis e Shakespeare; ipanemenses típicos, dourados de sol, apresentam-se para resolver problemas que parecem insolúveis, e o narrador é um brasileiro metido a gringo, que sonha em inglês. Torres liga a uma linguagem de deboche uma narrativa divertida e inteligente. Vencedor de vários prêmios no Brasil e no exterior, a literatura de Antônio Torres é o que há de melhor no cenário literário brasileiro. Um TÁXI PARA VIENA D´ÁUSTRIA revela um Brasil que, apesar da pobreza terceiro-mundista, insiste em existir com seus refrões de esperteza. O personagem que ouve Mozart não quer ser acordado por ninguém. Prefere sonhar. Na narrativa de Antônio Torres os limites se rompem no ritmo alucinante da cidade pós-moderna, na fragmentação de imagens que espoucam em flashes, na desrealização da mais cotidiana das realidades. Um romance imperdível, que já é um clássico da literatura brasileira, relançado pela Editora Record com um novo projeto gráfico. Antônio Torres nasceu em 13 de setembro de 1940 em Junco, um povoado no interior da Bahia. Estudou em Alagoinhas e Salvador, onde ingressou no Jornal da Bahia. Aos 20 anos mudou-se para São Paulo, onde foi repórter e chefe de reportagem do caderno de esportes do jornal Última Hora. Trocou o jornalismo pela publicidade, trabalhando como redator publicitário em grandes agências brasileiras. Estreou na literatura em 1972, com o romance Um cão uivando para a lua. Em 1976, publicou Essa terra, seu maior sucesso, que já foi traduzido para o francês, espanhol, italiano, alemão, hebraico e holandês. Também é autor de Balada da infância perdida, Os homens de pés redondos, Carta ao bispo, Adeus, velho, O centro das nossas desatenções, O cachorro e o lobo, O circo no Brasil, Meninos, eu conto e Meu querido canibal. Em 1998, foi condecorado pelo governo francês como Chevalier des arts et des Lettres. Em 1987, recebeu o prêmio Romance do Ano do Pen Clube do Brasil por Balada da infância perdida e em 1997 o prêmio hors concours de Romance da União Brasileira de Escritores por O cachorro e o lobo. Meu querido canibal lhe rendeu o Prêmio Zaffari & Bourbon da Jornada Literária de Passo Fundo, em 2001. "Antônio Torres, longe de esquecer suas origens e sua terra, a elas retorna por meio da ficção, inserindo-as na geografia literária." Jornal da Tarde "O trabalho de Torres é um desafio; oferece uma maravilhosa oportunidade para aprender sobre pessoas e culturas que nos compreendem mais do que nós a elas." Los Angeles Times Book Review "Não há no trabalho de Torres nenhum rastro de pieguice. Ao contrário, toda emoção é burilada com bom humor e uma dose de elegante ironia." Revista Isto É