A temática deste livro se situa no vasto campo da Sociologia da Educação, mais especificamente no campo da Sociologia das Políticas Educacionais, que segundo A. J. Afonso abre caminhos para focalizarmos uma Sociologia da Avaliação, delimitada por duas abordagens importantes: a dos estudos das práticas avaliativas que apoiam a aprendizagem do aluno e a certificação escolar; e a que diz respeito à problematização das práticas avaliativas como formas de prestação de contas (accountability) aos níveis micro, meso e macro do sistema educativo. A sociologia da avaliação incumbe-se, também, de problematizar as relações da avaliação com os processos de mudança social, discutir a sua utilização como suporte a processos de legitimação política e de regulação/desregulação em diferentes níveis sociais e institucionais. Construindo uma racionalidade epistemológica que acompanha o pensamento de Boaventura de Sousa Santos e Almerindo Janela Afonso, busca-se evidenciar uma natureza investigativa emancipatória à avaliação, imputando a ela uma função social, política e pedagógica oriunda de uma prática regulatória com finalidade emancipatória. Os estudos teóricos e análises desenvolvidas pautam-se em conceitos básicos como regulação e emancipação, respeitando o processo que B. S. Santos denomina como segunda ruptura epistemológica para a construção de um conhecimento prudente para uma vida decente. Entendida dessa forma, a avaliação educacional pode representar, além das funções já conhecidas e reconhecidas, uma maneira de produção de conhecimentos que parte de uma prática social regulatória com fins emancipatórios.