Importante enfatizarmos que lembrar ou esquecer é sempre uma ação política. Não por acaso, o processo de estruturação da memória social caracteriza-se por disputas e confrontos entre grupos. As políticas de memória gestadas e executadas pelo Estado selecionam e ordenam os acontecimentos segundo seus critérios e interesses. Constroem zonas de sombras, negações, ocultamentos, silenciamentos e esquecimentos, universalizando e absolutizando determinadas narrativas. A construção da memória oficial é, portanto, um processo de violência contra as múltiplas memórias que não foram escolhidas para compor o que chamam de preservação do passado.