Ambientada em palácios exóticos da índia e nos salões europeus, esta história reconstitui brilhantemente as vidas de quatro mulheres ao longo de 150 anos: duas avós, uma filha e uma neta – todas maranis, princesas de cortes reais indianas. Cheias de personalidade e coragem, cada uma à sua maneira, elas mudaram o mundo em que viviam, moldando a forma como as mulheres indianas modernas se definem atualmente. Dos últimos dias do raj e do Império Britânico até o presente, a historiadora e jornalista Lucy Moore analisa a notável transição da realeza feminina indiana — de rainhas de contos de fada a influentes ativistas sociais — e do próprio país, suas políticas e costumes, com a transformação de feudos coloniais na maior democracia da Ásia. Chimnabai, marani de Baroda e profundamente nacionalista, foi a primeira princesa a abandonar, em 1913, o purdah, prática que impede as mulheres casadas de serem vistas por outros homens que não seus maridos, e foi uma das fundadoras do movimento das mulheres na índia. Seu marido esnobou de maneira insigne o rei da Inglaterra durante o durbar de coroação em 1911. Sunity vinha de uma família bengalesa progressista, mas foi oferecida em casamento, ainda na adolescência, ao glamoroso e anglófilo marajá de Cooch Behar. Foi a primeira marani a visitar a Inglaterra, para assistir ao Jubileu da rainha Vitória — de quem se tornaria amiga —, em 1887, e escreveu livros sobre a história da índia para o público britânico. Indira, filha de Chimnabai, ousou rejeitar o casamento que os pais haviam acertado para ela e fugiu com Jit, filho de Sunity e do marajá de Cooch Behar, unindo assim as duas dinastias. De reconhecida beleza, conciliou os deveres de regente do estado de Cooch Behar, após a morte do marido aos 36 anos, com uma agitada vida social na Europa. Mais, tarde, tornou-se uma matriarca quase tão formidável quanto a mãe. E Ayesha, filha de Indira e Jit, desafiou os pais apara casar-se por amor, tornando-se assim a terceira esposa do marajá de Jaipur, elegante jogador de polo, em 1940. Bela socialite e amiga dos Kennedy, após a Independência entrou para a política e elegeu-se ao Parlamento, tornando-se crítica implacável do governo corrupto de Indira Gandhi. Por meio de suas histórias, Lucy Moore cria um retrato íntimo de uma nação durante uma era de grandes mudanças — a ascensão e queda do raj, o longo caminho até a Independência indiana e o que sobreveio dela.