A partir da década de 1990, a presença do jornal nas instituições de ensino passou a ser valorizada nos círculos oficiais da educação. Com isso, diversas escolas e seus professores passaram a acreditar que a busca da informação nos meios de comunicação em massa, em especial nos jornais, era indispensável para o exercício da cidadania. Escritos Sobre Jornal e Educação: Olhares de Longe e de Perto desmistifica tal estereótipo. A partir de uma vasta experiência como educadora, Carmen Lozza reúne uma pequena parte selecionada de "um punhado" de textos acumulados, os mais significativos entre os que abordavam a leitura e a utilização pedagógica dos jornais na escola, e levanta a discussão de que, sem uma leitura crítica que analise, selecione, relacione e complemente o sentido do volume de informações da mídia escrita, a escola, como instrumento educativo e transformador, deixa de existir.Em outras palavras, se o jornal apresenta determinada interpretação da realidade, o leitor, ao lê-lo criticamente, deverá interpretar seu conteúdo. A crítica é realizada mediante o exercício da própria crítica. E isso envolve trabalho, busca e reflexão. Dessa forma, esta obra considera que a presença do jornal nos meios escolares deve estimular a democratização do acesso ao mundo da leitura, assegurando-se não apenas a consulta a diversos tipos de periódicos, mas também promovendo a vinculação da leitura informativa à leitura literária. Por sua vez, cabe ao professor a tarefa de contribuir para que os alunos sejam leitores críticos e literários, estimulando-os a ler jornais para melhor compreendê-los, bem como entender o mundo e a eles mesmos e, assim, ampliar seus horizontes.