No dia 20 de novembro do ano 8 de nossa era Ovídio recebe a sentença de seu exílio, onde sobrevive por quase uma década. A elegia desta fase prima pelo pranto, pela melancolia e pelas lamúrias mais patéticas. Assim são as 'Cartas pônticas', que apresentam ainda um aspecto inovador: a fusão bem definida dos subgêneros elegíaco e epistolar. O que as distingue, igualmente, é a presença constante de argumentos sempre atuais: a amizade, a filantropia, a solidariedade, a fidelidade, o direito de expressão, a imortalidade da arte, a função terapêutica da poesia, a sublimação do intelecto, entre outros. Tais epístolas harmonizam-se com os tempos modernos: suas mensagens se voltam às pessoas que, como o autor, se afligem com o isolamento, com a angústia e a depressão entre outros flagelos.