Em um misto de O seminarista e O Ateneu, Rampinelli traz para o século XXI as suas anotações memoriais e a sua mitologia particular com as lembranças mais significativas dos anos do seminário Nossa Senhora de Guadalupe no sul de Santa Catarina. Como fio condutor, ele recupera em todos os momentos o menino ou o adolescente e, mesmo preso pelas convenções da segunda metade do século XX e primeiras décadas do século XXI, em espaços mais públicos e politizados, faz um documento sobre a pedagogia da opressão desses internatos. Tudo isto é perpassado pela capacidade do imaginário no processo de recordação de cenas e fatos de uma infância nem risonha, nem franca e ainda bem que os anos não trazem mais. Tânia Ramos, no Prólogo. Como não aplaudir quando um historiador e autor consagrado, como o é Waldir José Rampinelli, pende para o lado da literatura, impregnada de memorialística. Não, ele não abandonou a realidade e passou apenas a inventar, simplesmente evoluiu, avançou rumo ao (...)