Classes e grupos subalternos estão entre as expressões do léxico gramsciano mais citadas e utilizadas nas últimas décadas, nos meios acadêmicos, científicos ou até mesmo políticos. Essa frequente menção, contudo, nem sempre é acompanhada do devido rigor teórico-metodológico com que Gramsci procurou desenvolver o tema ao longo de sua obra, especialmente nos Cadernos do cárcere. Não se constitui, ademais, tão somente como conceito, mas também como uma questão onipresente em sua biografia, suas origens sardas, as condições concretas em que viveu, sua vinculação orgânica com as lutas travadas para a superação das condições de exploração e subalternidade daqueles que vivem às margens da história. O livro que o leitor tem em mãos revela um minucioso estudo teórico e filológico, construído a partir de uma leitura cuidadosa da obra de Gramsci, dos escritos pré-carcerários e, mais incisivamente, dos Cadernos do cárcere. A autora percorre as notas dos cadernos, [...]