Mudanças no campo teórico e metodológico da História, ocorridas nas últimas décadas, permitiu aos historiadores construir distintos objetos de pesquisa. Outros paradigmas, campos temáticos e fontes passaram a compor os domínios da disciplina, aproximando-a de outras ciências, possibilitando um diálogo intenso e ao mesmo tempo conflituoso. O olhar do historiador voltou-se para estudos relacionados às mentalidades, ao cotidiano, vida privada, mulheres, negros, pobres, cultura... Outras formas de construir e pensar o passado se desenharam, permitindo-nos compreender que há diferentes modos de ver, sentir e interpretar a História. Aprendemos assim, que verdades conclusas, absolutas e incontestáveis, são adjetivações que não cabem mais na bagagem dessa ciência. Percebemos que a apreensão do passado é limitada, que o trabalho do historiador deve considerar suas experiências, vivências e escolhas. Distanciamo-nos da neutralidade e da autoridade do discurso. Desconstrução, desmontagem, crítica e reflexão passaram a figurar, com mais densidade, o universo metodológico do historiador. Nessa perspectiva, esperamos que os textos que ora entregamos a leitura e crítica, possam ajudar a construir sentidos e significados a História. Mas, que possam também indicar o movimento, fluidez e balanço das águas.