Decidir a carreira profissional é uma das muitas escolhas que o adolescente enfrenta. Importante e difícil, ela é determinada sobretudo por aspectos inconscientes. Então, vale perguntar: que papel caberia às escolas desempenhar nesse processo? Com base em sua experiência como psicanalista em colégios de São Paulo, a autora observou que a escolha da profissão migrou do ambiente familiar para o escolar. A fim de analisar tal movimento, este livro aponta algumas alterações socioeconômicas e culturais que concorreram para transformar a orientação vocacional em um projeto psicopedagógico. Se, por um lado, o discurso capitalista, aliado ao da ciência - em sua versão tecnocientificista -, tem legitimado a transferência de responsabilidades que outrora eram das famílias para as instituições de ensino, por outro, vem transformando a educação escolar em mais uma mercadoria disponível ao consumo.