A obra discute e analisa de que modo os indicadores de desenvolvimento comunitário rural do Assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Luís Inácio Lula da Silva, localizado no município de Santa Cruz Cabrália, Sul da Bahia refletem o grau de autonomia de seus moradores, homens e mulheres do campo, destacando, nessa relação, o papel da educação no processo de formação de sujeitos autônomos. As categorias teórico-analíticas que dão sustento à obra são: primeiro, a autonomia, entendida como a capacidade do indivíduo governar-se conforme uma lei própria, de maneira livre e racional, conduzindo-se à dignidade humana, podendo ser compreendida como um poderoso recurso capaz de livrar os indivíduos não só da submissão a processos heterônomos, que interferem sobre suas liberdades de escolha e ação, mas também dos quadros de vulnerabilidade socioeconômica, devendo ser considerada como importante medida na avaliação do desenvolvimento. Segundo, a educação do campo, que surge como crítica à realidade do sistema educacional no Brasil, particularmente à situação educacional da população brasileira que trabalha e vive no/do campo, ao modelo de sistema econômico capitalista e sua injusta distribuição de renda, ao incentivo ao agronegócio e à expropriação de terras tradicionais, à elitização do acesso à ciência, à tecnologia, à cultura e às suas produções, enfim, críticas a não universalização de direitos que garantem uma maior cidadania. Terceiro, e último, o desenvolvimento comunitário rural, que se configura como um processo através do qual a comunidade amadurece em relação a si mesma, reconhece suas fragilidades e potenciais de desenvolvimento, rompe seus casulos e se transforma em novas possibilidades de ser.