O período do Regime Militar Brasileiro foi marcado pela existência de repressão, exílios e prisões. Estes acontecimentos levaram à reação da sociedade civil que exprimiu seu descontentamento de diversas formas, dentre elas: as manifestações de rua entre os anos de 1964 e 1968, o movimento estudantil, a luta armada, as organizações de esquerda e o movimento pela anistia. Nossa atenção se volta para o Estado de Minas Gerais, um dos principais focos de resistência ao Regime Militar e onde as ações dos Movimentos pela Anistia mobilizaram sentimentos de solidariedade e apoio aos presos políticos e exilados. O livro a aborda a atuação do Movimento Feminino pela Anistia (MFPA) em Minas Gerais, no período de 1975 a 1980 (fundação nacional e desagregação do MFPA-MG), levando em consideração sua motivação e objetivos, suas formas de ação e repercussão dessa ação junto ao Estado e à sociedade civil, suas dificuldades e principais atividades. Entre as ações deste movimento destacamos as denúncias de arbitrariedades cometidas com base nos atos de exceção e o apoio às vítimas do autoritarismo militar. O argumento central deste trabalho consiste na afirmação de que o Movimento Feminino pela Anistia, núcleo em Minas Gerais, como participante ativo na campanha pela anistia política, contribuiu, de forma decisiva, para o processo de redemocratização do país. O livro analisa a relação entre a campanha pela anistia e a campanha pelo retorno à democracia; a relação entre o pioneirismo feminino na campanha pela anistia com o papel da mulher na sociedade brasileira. Além disso, procura demonstrar de que forma a campanha pela anistia, conduzida pela sociedade civil, não correspondeu aos objetivos do governo (conciliação nacional), caracterizando-se como um movimento organizado e autônomo.