É preciso deixar claro que, se o lugar poético do Metrô é bem carioca, não deixa de ser legível para qualquer leitor, mesmo que não conheça a sua exata geografia urbana, pois entende-se que se trata de lugares, edifícios, ruas etc., da grande cidade. A sequência de passagens poéticas leva a diferentes estações do subway carioca e adjacências, mas é bom lembrar que, além de paragem de modo de transporte, a palavra estação tem 18 significados no dicionário Aurélio (até no caminho de Jesus). Vale a pena contemplar todos eles vis-à-vis este poema expansivo. A viagem de ida e volta do Metrô é uma peregrinação circular, um verdadeiro périplo (que começa e finda na Estação Largo do Machado), em um zigue-zague imprevisível, com cruzamentos diversos, altibaixos, achados e perdidos em um mapa-mar urbano multifacetado. Parte importante disso tudo é o banquete de alusão literária: desde a autonomeação (cinco obras do autor são citadas) e a referência renovada à musa-mulher do poeta, Moema(...)