Somos todos criminosos e desonestos? Um estudo sobre a delinquência começou a ser escrito sem o ponto de interrogação. Lembro de, numa conversa com o autor, meu querido amigo Francisco Baptista, ter manifestado meu espanto com a afirmação. Em O Efeito Lúcifer (2007), Philip Zimbardo disse que quando tomamos consciência da relação entre o bem e o mal, não podemos ver um sem ver o outro e que a barreira entre o bem e o mal é permeável e nebulosa. Nesta edição revisitada, agora com mais histórias, o autor discorre sobre todas as influências possíveis na construção do nosso caráter. Alivia, de certo modo, a culpa de pais e mães pelo destino de seus filhos (o maior impacto vem do convívio dos seus iguais, diz) e coloca nas mãos do próprio indivíduo a decisão de superar, ou não, os incidentes que eventualmente o tenham desviado do caminho do bem. O caminho inverso, por outro lado, também é possível. Nesse sentido, este livro se aproxima do clássico de Zimbardo: [...]