Atenta às diversas falas do mundo, Mara Reichert oferece poemas que dizem muito sobre mulheres, lugares, tempos e cultura contemporânea. Em seu livro de estreia, a escritora sugere um paralelo entre poesia e fractais, mínimas partes iguais ao todo, com suas bordas infinitas, limites permeáveis e geometrias similares. A professora e poeta Maria do Carmo Campos observa a sensível composição da obra. A subjetividade da autora vislumbra uma realidade fracionada com lucidez e frescor combinados. As palavras, tais folhas da natureza, são movidas como quem mistura axiomas com receitas de cozinha ou jardinagem. (...) Se a poesia é bailarina, a autora pinta mapas, lida com quereres, viaja dos mitos à tecnologia, destaca. Ávida por livros, Mara Reichert não teme palavras. Indagada sobre seu processo de escrita, a autora evoca a força criativa da natureza: A inspiração se joga em cima da gente e parece brotar como um cogumelo depois da chuva, confessa. Começa, então, um poema, e o tempo é (...)