Alvorada. Uma pequena casa com sons transbordantes: violinos e vozes, de Samba Lelê a Bach e Dvorák... jovens tocando, cuidando, sofrendo, sonhando, brilhando, musicando. Nesse cenário, a investigação que pretendeu conhecer como as práticas musicais vivenciadas pelos jovens do projeto social Orquestra Jovem de Uberlândia (Uberlândia-MG) incidiam sobre a constituição de sua condição juvenil. Para isso, o estudo aqui apresentado buscou apreender as circunstâncias do envolvimento desses atores com as práticas musicais no projeto social configurado como um espaço de ensino e aprendizagem de instrumentos de cordas friccionadas; os modos como construíam seu conhecimento sobre práticas musicais e os significados que atribuíam a tais práticas frente à sua condição juvenil. Musicando, os jovens construíam conhecimentos; reconheciam e exercitavam suas potencialidades; construíam e regulavam sua autoidentidade; idealizavam projetos de vida; estabeleciam laços de afetividade; sentiam-se pertencentes a um grupo; pensavam e agiam de forma autônoma e tinham experiências que repercutiam em seu relacionamento com instâncias como a familiar, a escolar e a do trabalho, constituindo-se sujeitos. Tomando os aprendizes em sua condição de vida, esta obra pretende contribuir com o debate sobre Juventudes e músicas e com as reflexões concernentes ao campo da Educação Musical, na medida em que evidencia a complexidade da relação desses atores com as práticas musicais implicadas na própria constituição de sua condição juvenil.