O turismo de massa é o alvo de todos os lugares-comuns. Sem falar do desprezo que se cola à pele dos turistas - que são os outros nós próprios -, o turismo é acusado de desfiguração de paisagens e de aniquilamento de sociedades locais. Neste processo, os cientistas estão sempre à disposição e retomam esta visão catastrófica. A geografia como ciência social pode permitir-nos um olhar diferente sobre os lugares do turismo de massa? Denunciando a aplicação dos modelos ecológicos às sociedades e territórios humanos e interrogando a história destes lugares tão frequentados, em qualquer dos casos ela convida-nos a um exame crítico de alguns dos nossos preconceitos. FLORENCE DEPREST é doutorada em Geografia pela Universidade Paris 7-Denis Diderot. Trabalhou no Instituto de Saint-Gervais e no Observatório da Geografia e dos Geógrafos. É membro da equipa Mobilidades, Itinerários e Territórios (Paris) cujas investigações incidem no papel das mobilidades "extratrabalho" na construção dos territórios das sociedades ocidentais.