Adiós, Baby é uma novela policial. A sua primeira versão, escrita em 2003, integrou a trilogia "Mitomanias". O tempo passou e essa narrativa peculiar não parou de piscar no imaginário do seu autor. René Manhãs é um investigador diferente. Não porque seja uma invenção original. Mas justamente porque se toma por uma cópia. Mais do que a história envolvente dos crimes acontecidos em Porto Alegre e rastreados por ele, este livro é a história da agonia de um policial em busca de si mesmo, do seu passado, do seu presente e, claro, do seu futuro. Mas haverá um futuro para René Manhãs? A literatura, muitas vezes, como gosta de dizer o autor desta intriga mortal, é mudança de ponto de vista. Aqui, o investigador é, ao mesmo tempo, objeto de investigação. Está na mira dos seus colegas. Está, acima de tudo, na sua própria e desesperada mira. Sabe que o caso que apura pode ser o último. É derradeira a bala que tem na agulha. História dentro da história, Adiós, Baby é também um livro sobre a paixão por romances policiais, a paixão, no caso, de um policial (e de um autor) por investigadores de romances policiais. Há um pouco de farsa, de humor, de clichês salpicados como figuras de um imaginário e uma ironia triste, melancólica, suave, um desencanto sob medida. Por trás do jogo literário esconde-se aquilo que mais aprecia a maioria dos nossos leitores: uma história que poderia ter sido, se é que não foi...