Neste terceiro volume da série Alma da África, Antonio Olinto centra-se na história da jovem Mariana, neta da velha Catarina, a brasileira protagonista de A Casa da Água, primeiro volume da trilogia. Em Trono de Vidro, a menina, que tem 25 anos, é acometida constantemente por lembranças do pai morto em 1968, o ex-presidente Sebastian Silva, e deseja, por motivações políticas, retornar a Zorei, cujo poder estava nas mãos de militares que haviam imposto uma ditadura. Com o sonho de que haja pão, justiça, trabalho e felicidade a todos, Mariana é levada a assumir a liderança de um Sebastianismo distinto daquele que em Portugal significava a crença e o desejo de um retorno de Dom Sebastião, rei morto na batalha de Alcacerquibir. Dessa vez o movimento, também messiânico, faria retornar os ideais de Sebastian, o ex-presidente da República de Zorei assassinado, e salvar o país de um governo injusto. José Mindlin, bibliófilo e membro da Academia Brasileira de Letras, afirma que "a África e seus problemas políticos e humanos desde a independência das antigas colônias é um dos focos importantes da trilogia que se encerra com este volume. Em sua obra, o autor, que foi Adido Cultural em Lagos, na Nigéria, na década de 60, alia seu grande talento de romancista à sua experiência profissional na África, produzindo romances muito bem escritos e que prendem o leitor do começo ao fim." Trono de Vidro, terceiro volume da trilogia Alma da África, de Antonio Olinto, publicado originalmente em 1987, é uma leitura fundamental para quem deseja conhecer e desvendar a riqueza de outras culturas. A série, que já foi traduzida para dezenove idiomas e teve mais de trinta edições fora do Brasil, inclui ainda os romances A Casa da Água e O Rei de Keto, que também estão sendo relançados pela Editora Bertrand Brasil.