Em Fragmentos de um homem só, Wallace Andrade narra a subjetividade da vida adulta de homens negros – seus sonhos, medos e fragilidades somada às construções de afeto e violência psicológica enfrentadas por quem está “Sobrevivendo no Inferno” nas periferias de São Paulo nas primeiras décadas do século XXI. De forma direta, aliando tessitura poética à ficção, fiel ao documento e à crítica social, as histórias de Zé Pretinho, Mauro e Nego Lito confundem-se na mesma medida que se esvaem, mesmo com idades e conjunturas de experiências que se diferem. Todos poderiam ser um só, pois as contradições e dúvidas, os medos e desesperos que assaltam as possibilidades de ação do homem negro em maior ou menor escala estão nos fragmentos que dão vida aos personagens.