A violência, que nos nossos dias nos é mostrada incessantemente através dos meios de comunicação social, é um tema que interessa a políticos, mas também a antropólogos e sociólogos e, por isso, objecto de uma história. Numa tese em contracorrente, o autor mostra-nos que, ao contrário da opinião dominante, a violência tem vindo a baixar constantemente desde o século XIII, tendência que parece conferir alguma sustentação à teoria de uma «civilização dos costumes» que, progressivamente, teria vindo a sublimar a violência. Uma História da Violência tenta explicar e documentar esta regressão da violência, bem como os mecanismos que a sociedade usou para a conter, seja no plano jurídico ou social: por exemplo, controlo mais apertado dos jovens celibatários ou o reforço de uma educação de cariz mais coercivo. Gradualmente, a violência foi diminuindo no espaço público, tendo parte dela passado para a esfera doméstica. Por outro lado, as pulsões mais violentas foram sublimadas por novos géneros literários, como o policial, criado no século XIX, ou, mais recentemente, pelo cinema e pelos jogos on-line. Todavia, as primeiras décadas do século XXI parecem assistir a um recrudescimento da violência, em especial por parte dos jovens. Será que o homem se tornou novamente no lobo do homem?