Embora previsto na CF/1988, somente com a lei 12.527/2011 o direito de acesso à informação pública administrativa recebe regulamentação. O tema foi ainda pouco enfrentado pela doutrina, que não dispõe de muitas obras específicas sobre o assunto. Embora não se discorde sobre a importância do instituto, há poucos estudos acerca da delimitação de seus contornos jurídicos, principalmente daqueles trazidos pela lei de acesso à informação. Assim, o presente trabalho visa essa construção, através da análise dos vários aspectos desse direito, de forma a traçar seu regime e natureza jurídicas, apresentar suas características, subprincípios e limites.Esses pontos são contextualizados com: a moderna concepção de direito administrativo, a hermenêutica constitucional e as inovações legislativas e jurisprudenciais. Assim, o livro inicia pela reflexão, partindo da antiguidade grega, sobre o desenvolvimento teórico dos arcana imperii (os segredos de estado), da estrutura e funções do poder público e da ciência jurídica, de maneira a compreender como a Administração evolui de uma cultura do segredo para adotar a publicidade como princípio. Examinam-se as primeiras normas sobre o acesso à informação e a formação de seu movimento de internacionalização, iniciado na segunda metade do século XX, com o reconhecimento no plano internacional e na ordem interna dos Estados, dentre eles o Brasil. No contexto nacional, além de um apanhado histórico-legislativo sobre o acesso e o sigilo de dados, mostra-se como as condenações perante o Judiciário Brasileiro e a Corte Interamericana de Direitos Humanos contribuíram para a promulgação da lei 12.527/2011.Após a delimitação daquilo que se entende por informação pública administrativa, o acesso à mesma é estudado como um direito humano e também fundamental, onde se examinam suas características e seus subprincípios. Por fim, a obra trata das hipóteses de sigilo: segurança do Estado ou da sociedade e informações pessoais.