Ao mesmo tempo em que a Segunda Grande Guerra convulsionava o mundo, no interior do Brasil um drama silencioso e quase invisível estava em curso. Milhares de homens e mulheres foram enviados do Nordeste para a Amazônia como parte do esforço de guerra conhecido como a Batalha da Borracha. Decorridos setenta anos daqueles acontecimentos, os poucos Soldados da Borracha sobreviventes ainda lutam para terem reconhecidos seus direitos de equiparação aos pracinhas da FEB. Uma guerra sem fim que continua sendo travada no Congresso Nacional, nos tribunais brasileiros e mesmo junto à ONU e à Corte Interamericana da OEA - Organização dos Estados Americanos. Apesar de já ser tarde demais para a imensa maioria dos que sobreviveram, para muitas destas organizações internacionais este episódio, desconhecido da história do Brasil, resultou em um verdadeiro "genocídio". Para trazer à luz esta história pouco conhecida do público, a Escrituras Editora, em coedição com a Irê Brasil Produções Artísticas, apresenta Soldados da Borracha: os heróis esquecidos, obra que recebe o apoio do Minc Ministério da Cultura do Governo Federal. O projeto e coordenação deste trabalho ficaram a cargo do cineasta Wolney Oliveira. Os textos são da jornalista Ariadne Araújo e do historiador Marcos Vinícius Neves, que reconstruíram esta história real por meio de intensa pesquisa, entrevistas e documentos da época. Uma importante fonte de investigação, em especial, foi a cláusula, posta em prática em novembro de 1943, que foi o ponto de partida deste relato. Sugestão da Rubber Reserve Company, tratava-se da criação do Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, o Semta, cuja sede foi instalada em Fortaleza.