Aos 45 anos de idade, em plena maturidade, Montesquieu isolou-se durante dois anos em seu castelo de La Brède para escrever esta história de Roma, cuja civilização voltara a ser objeto de novos estudos. Leu muito, não apenas os clássicos, mas também os eruditos da época imperial ou mesmo dos tempos bárbaros, hoje praticamente inacessíveis. Ao começar a redigir, no entanto, optou por um texto curto, sintético, cujo título indica a intenção de conceber uma história explicativa e cuja forma de composição atesta a vontade de solicitar incessantemente a atenção do leitor. Um texto que não confunde história e retórica, e tampouco faz uma narrativa de acontecimentos singulares. Que, nas palavras do próprio autor, "abandona as idéias intermediárias" para ir sempre ao essencial. Que busca o que é permanente por trás da precária e descontínua ordem dos fatos. Surgiu assim um pequeno clássico, que influenciou enormemente Frederico II da Prússia, os maçons alemães e os iluministas franceses. Foi citado como modelar por Alexis de Tocqueville e considerado "uma obra seminal de história" por Camille Julian. Nas palavras de D’Alembert, "Montesquieu poderia ter intitulado seu livro de ‘História romana para uso de estadistas e filósofos’".