Este livro não é para ler, é para ouvir. E mesmo quando se lê, será melhor que seja em voz alta, íntima, como quem conta sua história junto à lareira, porque o coração ouve melhor o que é bem dito. Com a idade vamos perdendo a coragem de pedir conte-me uma história de Deus, à noite, na varanda. E é uma pena. Ouvir no escuro, sobretudo, ajuda a ver o essencial que é invisível. Caro(a) senhor(a) leitor(a), seja quem for, não leia este livro se você tem medo que tirem suas máscaras, não leia se não tem tempo a perder, se se ri da poesia e não sabe ver gigantes nem pode admitir que os corações são cavalos que correm. Se pensa que de deus não se fala, que a religião só traz violência e se se sente seguro no seu estatuto de agnóstico ou de praticante não leia este livro, embora lhe fizesse muito bem. Não leia este livro, nem coisa nenhuma, talvez apenas o código de trânsito, se pensa que este mundo não pode ir a bem, [...]