Lívia estudava engenharia na Unicamp. Vinha de uma família rica de Campinas e havia se inscrito num curso de francês na universidade para conseguir ler as revistas de moda. O narrador deste romance a conhece aí, no primeiro dia de aula, ambos com 18 anos. A mãe de Lívia, Karen, era professora do Instituto de Estudos da Linguagem da mesma universidade. Ele vinha de São Paulo, morava numa república caindo aos pedaços e tinha uma rotina desregrada. Eram muito diferentes, mas nada os impediu de se apaixonar. O romance foi intenso, assombrado por medos difusos e muita inexperiência, até o dia em que Lívia o deixou. Esse primeiro amor, no entanto, não foi esquecido. O narrador se casou e se separou. Escreveu, teve sucesso no primeiro livro, tornou-se colunista. Entrou em um novo relacionamento, de curta duração. Com a vida num marasmo, mergulhado na crise de sua masculinidade e dos cinquenta anos, ele recebe uma carta, curta, formal, em que Lívia anuncia a morte da mãe. E isso pode [...]