Os protagonistas de Daniel Lopes, no livro de contos Pianista boxeador, estão em busca de redenção. São enfezados, apaixonados, alucinados, foram feridos de todas as maneiras que a vida costuma ferir. Foram manchados tão intensamente pela tristeza, que a realidade subitamente se transformou em euforia. Os contos aqui reunidos tratam exaustivamente do mal, de suas muitas faces. Não para aceitá-lo como princípio ativo da vida, mas para negá-lo violentamente. Segundo o escritor e crítico Nelson de Oliveira, o livro é uma coletânea de socos, chutes, cores, sons, beijos, gozos, fantasmas, espirais de fumaça e cristais de álcool, que quer abolir, na porrada, todo o mal que há no mundo. Vai por mim, amigo. Essa chama breve na cabeça do alumbrado palito é a infância. É o paraíso primordial, intocado pelo racionalismo. Onde não há morte nem perversões, apenas canções, poemas, filmes, amores e delírios inofensivos. Onde o contato com o sagrado é o verdadeiro princípio ativo da vida. Vai por(...)