Iniciada em 1910, a Revolução Mexicana ainda é lembrada por movimentos de esquerda ao redor do mundo. No próprio México, o espírito dos zapatistas voltou a inspirar novos levantes populares, como em Chiapas na década de 1990, e em Oaxaca no ano passado. Além do caráter revolucionário, a Revolução Mexicana produziu outro aspecto, estético. Esse é o foco de "Imagens da Revolução Mexicana", de Camilo de Mello Vasconcellos. Artistas como Juan O’Gorman, Jorge González Camarena, e David Alfaro Siqueiros retrataram o movimento através de murais, eternizados nas paredes do Museu Nacional de História.O livro de Camilo Vasconcellos vai sendo tecido cuidadosamente. Inicia-se pela discussão sobre as vicissitudes políticas que envolveram a fundação do Museu e sobre as controvérsias a respeito da escolha do Castelo de Chapultepec como edifício onde ele seria instalado. Em seguida, o autor adentra o Museu, caminha por suas salas até chegar àquelas reservadas à rememoração da Revolução.Nestas salas, o autor entrelaça as escolhas e definições dos responsáveis pela montagem das exposições com as determinações da política oficial dos governos mexicanos e deixa claro que o museu é também um local de disputas e conflitos em torno de projetos políticos distintos.