Após curta primavera nos anos 1960 e 1970, o movimento ecumênico passa por uma fase de hibernação e até tem sido apontado como o responsável pelo desenvolvimento do relativismo e da indiferença no que se refere a questões de fé. Uma nova atmosfera de desconfiança, autodefesa e retrocesso tem emergido com freqüência no interior de estratos confessionais. Há um ponto na agenda do diálogo ecumênico em que nenhum grande progresso foi ainda alcançado: a questão da clesiologia. Unidade na diversidade (diversidade reconciliada) ou diversidade não-reconciliada (união de Igrejas sem unidade real)? A convicção sobre a qual se fundamenta este livro é a de que as Igrejas devem permanecer Igrejas, mas devem progressivamente tornar-se uma Igreja. O trabalho teológico é precondição para isso, pois busca lapidar as posições divergentes em tensões complementares e mutuamente enriquecedoras. Para o autor, no interior da história a atividade autotranscendente da Igreja deve ser encontrada na missão e no ecumenismo: na missão, a Igreja abre espaço em si própria, de maneira criativa, para a riqueza dos povos e culturas no ecumenismo, ela é enriquecida pelos dons das outras Igrejas e as enriquece com o seu próprio dom. Tal ecumenismo, que se volta para o futuro e não para o passado, é um processo espiritual. O ecumenismo espiritual é o coração do movimento ecumênico.