Parker Grant tem 16 anos, é bonita, inteligente, atlética e popular. Ela tem todos os atributos de uma típica heroína (ou vilã) do universo adolescente, mas a sua popularidade tem algumas particularidades: todos na escola a conhecem porque perdeu a mãe e a visão em um acidente de carro, quando tinha apenas sete anos de idade. Agora, Parker também ficou órfã de pai, e o alicerce dos seus últimos nove anos foi arrancado dela. Antes que você pense que é preciso ler esta história com uma caixa de lenços do lado, saiba que o autor, Eric Lindstrom, adora desafiar as expectativas dos leitores. Esqueça o que você acha que sabe sobre dramas adolescentes, meninas malvadas, bonitas, cegas, gordinhas, namorados bonzinhos, atletas, crime e castigo, perdas e mudanças. Depois deste livro, você pode nunca mais voltar a ver as coisas do mesmo jeito. Se eu não te vir primeiro é narrado por uma adolescente cuja determinação em se manter forte e seguir em frente é tão irrefreável quanto ela mesma. Parker é destemida e independente o suficiente para praticar corrida desacompanhada, todas as manhãs. E mais: enquanto algumas pessoas com deficiência visual optam por usar óculos escuros para proteger os olhos, ela tem uma coleção de lenços que usa como vendas. É uma declaração de moda. O que é muito relevante para uma adolescente nada fashionista. Parker tem regras muito claras sobre como gosta de ser tratada. Afinal, ela é como qualquer outra pessoa, só que mais inteligente palavras dela! Nossa heroína tem a quantidade certa de humor mordaz para ser carismática até quando age como uma vilã autocentrada e egoísta. Parker pode não se achar muito diferente dos outros, mas não é uma protagonista qualquer.Desde que perdeu a visão, Parker estabeleceu uma série de regras e rotinas para si e para o mundo. Ela não quer ser tratada diferentemente por ser cega, e muito menos que tirem proveito da situação. Scott Kilpatrick é a pessoa que mais sabe disso, pois foi banido da vida de Parker depois de quebrar a mais importante das Regras. Mas agora muitas coisas estão diferentes. Alguns anos se passaram, seu pai morreu e sua tia se mudou com os filhos para sua casa. Cercada por pessoas que não conhecem suas Regras nem sua rotina, Parker precisará se adaptar ao novo. E isso não vai ser fácil agora que Scott, a pessoa que mais a magoou, está de volta. Ela sabe muito bem como reagir a isso: não se aproximando dele. Afinal, ela tem muitas coisas com o que se preocupar. Além do time de corrida da escola – sim, suas pernas funcionam muito bem –, ela ainda oferece conselhos bem racionais e sinceros para seus colegas e, claro, tem que lidar com o luto pela perda de seu pai. Mas Parker vai perceber que evitar o passado não é uma boa forma de lidar com seus problemas e que sua cegueira não é desculpa para ignorar o que acontece ao redor. Ao descobrir coisas que ela nunca imaginou, vai perceber que nem tudo é o que parece, que se abrir pro outro pode ser importante e – mais difícil ainda – que se abrir para si mesma é essencial.