à revelia de mim, dois ratinhos nascidos e criados dentro da mesma gaiola, e o local preferido deles era o canto, lá parecia mais confortável, mais seguro, ainda que não fosse, mas eles alimentavam essa impressão, que para eles significava paz interior. a prisão com status de residência sem nenhum conforto e com cara de posto terminal onde eles davam adeus para os amigos já sabendo que nunca mais os veriam, pois o destino deles estava traçado, era o céu da boca de uma cobra. o casal trec e truck dois camundongos alvinhos do pelo macio, bem avantajados praticamente o dobro do tamanho dos outros camundongos da superpopulação de ratos comilões alimentados por mãos de pessoas que aparentemente possuíam bondade e outras possuíam maldade, mãos das equipes dos estudantes de psicologia que se escondiam por trás de suas próprias mãos. as mesmas mãos que apontavam e recolhiam primeiramente os ratos apáticos, lerdos, desinteressados pela vida, que eram jogados para alimentarem as cobras. à revelia de mim, é uma história de superação maravilhosa, vivida com dores físicas e psicológicas por personagens que beiravam todos os dias a dura realidade de que aquele seria o último dia de suas sofridas vidas. à revelia de mim, mostra de uma forma diferente, o amor pela vida e o desprezo pela própria vida, para preparar-se para o inevitável momento da morte, sem odiá-la, quase a amando por conformismo, por sofrimento antecipado. à revelia de mim, é uma história de amor inusitada, daquelas que vai quebrando as forças até quase perto do fundo do poço, os dois de braços dados unidos para a vida e para a morte, a que chegar primeiro não será bem vinda, mas terá recepção calorosa baseada na abnegação e no conformismo que fala no íntimo de cada um: “se é isto que tem que ser, então que seja, dane-se”! à revelia de mim, se deixa ver não de porta escancarada, talvez só uma banda da porta, apenas entreaberta, personagens encantadores com personalidades marcantes, e que transformam suas pai