O mundo mudou tanto que os jovens precisam reinventar a roda. Ao contrário do que pode parecer, o título da obra de Michel Serres, Polegarzinha, não se remete ao famoso conto de Andersen, mas ao jovem de hoje em dia que não se desliga do mundo virtual e tem como maior companheiro o celular. Originalmente um discurso na Academia Francesa, o autor afirma: começa uma nova era que assistirá à vitória da multidão anônima sobre as elites. Segundo Serres, as sociedades ocidentais sofreram duas revoluções: a da transição do oral para o escrito, e, em seguida, do escrito para o impresso. Como as anteriores, a terceira, sob o império das novas tecnologias, é acompanhada por mudanças políticas, sociais e cognitivas. Tempos de crise. O livro apresenta um paralelo entre o surgimento da impressão e o das mídias atuais. Na época da criação da primeira, Martin Luther King disse que cada homem seria o Papa com uma bíblia na mão. Agora o autor afirma: “todo homem é um político com um laptop na mão. Graças à internet, há um espaço que já não é determinado pela distância, mas pelas proximidades”. Um retrato do mundo tal como ele é hoje, em que prova que as tecnologias atuais criaram um novo humano e que esse pequeno polegar teve, por sua vez, muitas coisas a inventar para esse novo mundo em que ele nasceu. Polegarzinha mostra também que os professores terão que se adaptar à nova realidade. Os alunos não se adaptam mais ao tradicional método de ensino e preferem aprender por meio da internet. Muitas vezes, eles já chegam em sala de aula conhecendo o assunto, situação inimaginável há décadas.