EXTRATOSFERA, contém aspirações divinas e frêmitos vorazes, revelando dualidade, já declarada no primeiro poema, que dá título à obra, uma fera em estado estratosférico. É um tônico para ansiedades e longas esperas. Deve-se tomar no desassossego de encontros inspiradores. Indicado para reflexões, assim mesmo como são, imperfeitas, de uma existência surreal. Contém cheiro de café recente, um simples vapor desperta coragem à aventura diária e emoção a imprimir razão às escolhas da vida, sejam grandiosas ou inúteis. Este frasco de perfume, entreaberto, exala e contamina, com sua fragrância, o ambiente. Nesta alquimia, o aroma recende soprado ao vento, feito essência de pomar, colhê-lo é desvendar um sortilégio, em segredo. Poesia é simples assim, um improviso sobre algo que não sabemos, só suspeitamos, sentimos e percebemos. É uma viagem fugaz e onírica, quase narcótica. É o instinto e o vício de visualizar sentido ou incoerência nos fatos. Cristalização de sonhos, que o esplendor [...]