"Esse é um momento muito especial da poesia. A palavra ganha prestígio e os poetas se apresentam falando de tempos ainda não completamente experimentados. É o caso de Hugo Paz, poeta que fala de um mundo duro, beco sem fim, mas cheio de garra e de certeza de que a palavra tem o poder de desenhar o futuro. Não é à toa que ele abre seu livro, dizendo Vou-me armar / De livros e versos. Ou mesmo quando adverte ainda nas primeiras páginas, seu compromisso político com a literatura: A passeata / que guia minha alma. Hugo fala da cidade grande, do cotidiano, dos ritos e dos riscos de metrópole. Fala de São Paulo do ponto de vista dos guettos, vielas e favelas. Assume como compromisso poético a divulgação da informação, como pode ser lido num de seus poemas. Compromisso que é, ao mesmo tempo, uma poética, uma estratégia de transformação e uma política de longo alcance. E, sem dúvida é essa nova política estética, da qual a poesia de Hugo faz parte, o que está trazendo à tona um (...)