Para falar de Iemanjá, nada melhor que um pesquisador-sarcedote ou um sarcedote-pesquisador como Armando Vallado, capaz de organizar com propriedade este universo simbólico. Vallado concentrou-se em cinco temáticas-chave envolvendo este orixá: inicialmente, buscou suas origens místicas na diáspora africana para o Brasil e sua variação nas diversas religiões criadas em solo brasileiro; focalizou os ritos de iniciação, seus seguidores e comportamentos nos terreiros de candomblé queto; mergulhou no candomblé, para traçar um perfil dos filhos de Iemanjá, e dos símbolos que neles transparecem; observou as festas públicas de Iemanjá, e, fechando sua análise, pesquisou como não-iniciados e iniciados assimilam este orixá na cultura popular laica e nas religiões afro-brasileiras respectivamente. Em verdade, é um estudo inédito e profundo sobre um símbolo mais que religiosos, capaz de sintetizar elementos da vida e da cultura de um povo que tem na imagem feminina a mistura de sensualidade e maternidade.