Ana Paula Bez é um submarino. Uma mergulhadora de longa profundidade que fotografa segredos do fundo do oceano. Sua prosa sacode o tapete sujo da casa e abre as janelas para o riso. Um riso sujo, cafajeste e juvenil. O que me espanta neste livro é sua desenvoltura para detalhar de maneira cômica o universo do protagonista Branco. A autora prova que boa literatura não tem gênero e que tudo depende do olhar do autor. BRANCO parece ter sido escrito por um homem. Parece ter sido escrito por alguém que chafurdou na lama por anos. É o que o bom leitor espera. Vivência. Ser enganado. Ana conseguiu me enganar. Conseguiu fazer parecer verdadeira uma estória de ficção. *Diego Moraes é autor de 7 livros, publicado no Brasil e na terra de Camões.