Este livro propõe exatamente realizar essa crítica, tornando por base os conflitos presentes na tradicional promessa do jornalismo de dar 'a verdade em primeira mão'. Assim, divide o lema em duas partes para depois cruzá-las novamente, extraindo daí uma síntese que busca outra qualidade para o trabalho jornalístico. Primeiro analisa o contexto no qual se constitui a percepção de 'aceleração do tempo', que a imprensa, consolidando-se como atividade industrial, ajuda a sedimentar. Em seguida, trata dos princípios e métodos segundo os quais o jornalismo pretende cumprir o ideal iluminista de 'dizer a verdade', demonstrando como esse ideal é sistematicamente traído diante das condições reais de produção - que, na era do 'tempo real', funcionam de acordo com a valorização da informação instantânea. Retornando um conceito clássico da teoria marxista, expõe as implicações contidas na definição da notícia como mercadoria e conclui que a velocidade é um fetiche reproduzindo sistematicamente pelo jornalismo.