Nos dois últimos anos de vida, entre 1776 e 1778, Rousseau realizou longas caminhadas por Paris e arredores, observando os passantes, a flora - uma de suas grandes paixões -, as edificações e refletindo, amargurado, sobre a sociedade. Sentindo-se isolado pelas críticas à sua obra e às suas posições humanistas, registrou essas impressões em Os devaneios do caminhante solitário, um dos seus livros mais tocantes. Aqui a paixão inflamada dos seus primeiros escritos dá lugar ao lirismo e à serenidade, inspirando centenas de pensadores com suas considerações sobre a natureza do homem, sua individualidade e conduta.