Os partidos cristãos surgiram e se desenvolveram no contexto histórico do século XIX e XX na Europa. Isso não significa que antes não tenha havido grupos leigos comprometidos com os princípios e valores cristãos, nem que, após o século XX, não haja ainda partidos cristãos. Apenas se ressalta que foi nesse ambiente histórico que eles marcaram sua presença de maneira indelével e de uma forma peculiar. Este fenômeno, por sua vez, ocorreu intensamente na Europa, num reduzido número de países. A influência der partidos cristãos na Europa deu-se principalmente na Alemanha, Áustria, Bélgica, sobretudo na Itália. Por mais de cinco décadas a Democracia Cristã italiana conduziu o governo do país. Na Inglaterra, por exemplo, partidos cristãos não tiveram força política. Na América praticamente não existiram. Foi, portanto, de abrangência geográfica limitada. A primeira dificuldade, quando se quer estudar a democracia cristã europeia é a denominação de partidos ora católicos, ora cristãos. Na verdade, todo católico é cristão, mas não vice-versa. Inicialmente, o termo católico foi empregado em sentido pejorativo pelos adversários desses partidos. Era um apelido quase de desprezo, no entanto, havia também dirigentes desses partidos que faziam questão de se autodenominarem católicos. Além disso, o nome católico prevaleceu no século XIX, enquanto no século XX, a denominação mais corrente era de cristão. Mesmo assim, católicos e cristãos não conseguiram abarcar a realidade da democracia cristã. Existia ainda a Federação de Círculos Católicos da Bélgica, Partido Católico Popular nos Países Baixos, Grão Ducado de Baden e Hungria. Não menos importantes eram o Partido de Centro, Partido Democrata Popular, Liga Democrática, Movimento Republicano Popular, Partido Popular e assim por diante.