A desdita de um Coronel do cacau dono de uma fortuna incalculável que, sendo um perdulário, um pródigo, a dilapidou ao longo da vida e acabou na miséria absoluta. O tributo exigido pela vida às irresponsabilidades do Coronel parecia alto, ao deixá-lo na indigência. Mas não, a cobrança era justa e perfeita. A sua caminhada na vida sempre foi claudicante, por seguir apenas por atalhos que nenhum ser da espécie humana deveria passar. A vida, por sua natureza pérfida, ainda permite que se volte atrás na escolha da trilha errada no sentido de minimizar os traumas adquiridos e provocados pelas determinações equivocadas. O que dizer das pessoas que seguem os atalhos errados e, mesmo tendo ciência da opção nefasta, prosseguem? É o caso do Coronel. As mazelas mais sórdidas nos casamentos, a inexistência de caráter, a sua covardia, o seu desamor para com os filhos reconhecidos e o abandono total das dezenas crianças bastardas que colocou no mundo e que não tiveram o direito a conhecer o pai. Suas mães eram crianças também, de 10 a 15 anos, que foram abusadas graças ao poder econômico do Coronel. Era um destruidor de almas. Um predador da inocência daquelas meninas que se tornaram mães nas suas meninices. Não passava de um pedófilo desgraçado. A sua compulsão sexual levava-o a ter diversas amantes, sem contar a frequência nos diversos prostíbulos, onde saciava as suas taras inconfessáveis. O desprezo, em épocas distintas, do pai, das irmãs, e dos cunhados que jamais voltaram a falar com ele. Em esporádicos momentos distribuía bondades, no mais era um ser repugnante por suas ações e omissões. As crises depressivas em função das traições de suas esposas, por motivos surpreendentes, além do sentimento de repulsa de diversos filhos legítimos à sua pessoa. Enfim, uma história que jamais deveria ter acontecido.