Este é um livro revolucionário, em múltiplos sentidos. Não só porque seus autores o escreveram sob o influxo de Maio de 68, mas sobretudo porque seu alvo é compreender e libertar a potência revolucionária do desejo, dinamitando as categorias em que a psiquiatria e a psicanálise o enquadraram. No centro do conflito está a concepção freudiana do inconsciente como teatro e representação - e sua pedra de toque, o drama de Édipo. Para Deleuze e Guattari, ao contrário, o inconsciente não é teatro, mas usina; não é povoado por atores simbólicos, mas por máquinas desejantes; e Édipo, por sua vez, não passa da história de um longo "erro" que bloqueia as forças produtivas do inconsciente, aprisiona-as no sistema da família e assim as remete a um teatro de sombras. Com agilidade impressionante, "O anti-Édipo" combina dispositivos da filosofia, da literatura, da antropologia, da arte, da economia, da ciência, da política e da biologia - além de um sem-número de alusões e citações que correriam o risco de passar despercebidas não fosse o trabalho rigoroso do tradutor Luiz B. L. Orlandi, que dotou esta edição de valiosas notas informativas -, para articular uma crítica radical da cultura que acabou por definir uma das linhas de força do pensamento contemporâneo.Escrito sob o influxo de Maio de 1968, este livro revolucionario reune conceitos de filosofia, literatura, antropologia, arte, economia, ciencia e politica para tracar, na contramao das concepcoes freudianas, novos rumos para as forcas produtivas do inconsciente. Agora em nova e rigorosa traducao, assinada por Luiz Orlandi, autor tambem das valiosas notas que acompanham a edicao, a obra seminal de Deleuze e Guattari finalmente chega ao leitor brasileiro em toda a sua potencia.