A folha em branco me assusta Não sei se o poema é bonito, mas sei que preciso escrever, diz a bela canção Me ensina a escrever, de Oswaldo Montenegro. São dizeres que se somam a inúmeros outros de nosso cancioneiro popular, nos quais músicos e poetas nos contam das dores e delícias do ofício de escrever. Em meio a infinitos sobressaltos, espantos e alegrias, essa incansável busca por inventar dicionários, lapidar o idioma pessoal com os inúmeros recursos que a língua nos oferta, pede parcerias dialógicas. E é isto que Claudia Perrotta nos proporciona neste livro: um registro vivo de seu cotidiano clínico com pessoas que precisam, e querem, escrever, mas que, diante da folha em branco, se sentem paralisadas, desvitalizadas, ainda mais quando se trata da produção acadêmica. Como ir adiante? Em uma linguagem fluida e nada hermética, Entrelinhas do criar convida leitoras e leitores a um diálogo com psicanalistas e escritores interessados em refletir sobre processos criativos, de modo (...)