«Milhões de pessoas se dirigem a cada dia para o seu trabalho. Algumas vão a contragosto, como que obrigadas, a uma tarefa que não lhes interessa nem lhes agrada. Outras se importam apenas com o salário que receberão, e só isso lhes dá alento para trabalhar. Outras ainda encarnam o que Hannah Arendt chama de «animal laborans»: o trabalhador sem outro fim nem horizonte que o próprio trabalho ao qual a vida o destinou e que realiza por inclinação natural ou por costume. Acima de todas elas em humanidade se encontra a figura do «homo faber», o que trabalha com perspectivas mais amplas, com o afã de levar adiante uma empresa ou projeto, algumas vezes buscando a afirmação pessoal, mas outras muitas com a aspiração nobre de servir aos demais e de contribuir com o progresso da sociedade.