A inteligência livre escolhe com personalidade, vive o caráter como reconhecimento da identidade. Nada se sabe de si por si mesmo. Ser a si mesmo é uma declaração universal da vivência socializada. Chegar ao ponto de dizer quem se é no mínimo significa que a subjetividade, como lugar fluido, constituiu-se de significações. E elas todas em conjunto na história de alguém. As escolhas que determinam o ser que se é se realizam significativamente. É como uma âncora de valores a serem retirados das águas pro­fundas da história pessoal. Denise de Camargo e Maria Sara de Lima Dias propõem um programa para que não mais nos separemos, para que as emoções subsidiem entre si as nossas racionalidades senti­das. Emoções coexistem no mesmo espaço racional, traçadas nas relações e interações humanas que emergem espontaneamente como verdades unificadas de uma historiografia. Se dá livre o barco da personalidade em seu caráter, e é assim que a autoestima provê a inteligência, atua com saberes e conhecimentos profusos em que o desenvolvimento ético se manifesta como criatividade, e a resiliência se faz natural. Frente à direção da vida, o homem afetivo, emocionalmente entregue ao mar das contradições existenciais, sai do porto da racionalidade sintética com sua identidade complexa e guia o barco de sua to­talidade humana. À popa de seus valores, solta as amarras, se eleva a navegar pondo-se à proa dos sentidos. Esse livro consiste em um programa para a prática educativa. A teoria integrada ao ensino-aprendizagem, uma possível praxis que se faz no mútuo constitutivo do pensamento emocional que se ocupa das preferências, dos gostos e atua na pergunta, na dúvida, nas respostas que de si para si encontra o outro, socializa valores, gratifica-se. E, da razão imperativa que domina as medidas, ativa a lógica e estabelece conceitos.