Um equivocada e imprudente política de imigração e colonização, visando o branqueamento da população brasileira, vigente desde o Império, prosseguindo sem alterações substanciais na República, ensejou grandes concentrações germânicas no Brasil, mais acentuadamente na região sul. Após a Primeira Guerra Mundial milhares de imigrantes alemães vieram para a América, inconformados com a derrota de suas tropas nos campos de batalha, desejosos de contribuir para o soerguimento de sua pátria e da expansão ilimitada das fronteiras alemãs. Primeiro, sempre em nome da superioridade da raça e do pangermanismo, conceberam um plano para a separação do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná da comunidade nacional verde e amarela, do território que herdamos dos nossos antepassados e bem ou mal construímos uma nação livre, para transformá-los em um protetorado da Alemanha de Hitler. Depois, com o crescimento dos delírios de dominação alimentados em Berlim, após as primeiras vitórias na guerra e a sujeição da França às botas do invasor, o plano inicial evoluiu para a criação da grande Alemanha Antártica, que abrangeria, também, o Paraguai, o Uruguai, a Argentina, o Chile, e porções dos territórios do Peru e da Bolívia. Para Hitler e seus asseclas este seria um continente de mestiços que não tem condições de se autogovernar. Neste cenário surgiu a Ação Integralista Brasileira, um papel carbono do Partido Nazista, que pregava abertamente o advento de um regime ditatorial no Brasil, tendo em Plínio Salgado um candidato a führer. Integralistas e súditos do Eixo, os chamados 5ª colunas, agitavam as mesmas águas turvas, formando um consórcio sinistro e atuante em todo país, principalmente onde a etnia germânica era preponderante. A resistência começou sem alarde através de escritores e historiadores como Romário Martins, Gilberto Freyre, Sylvio Romero, Tobias Barreto, Menotti Del Picchia e outros, mas foi se expandindo pouco a pouco, ganhando o apoio decisivo da mocidade universitária e de importantes setores populares. Sim é verdade que o Partido Nazista teve atuação legal no Brasil de 1932 a 1938. Em 1932 surgiu a Ação Integralista Brasileira e logo se tornou evidente a colaboração entre estas duas forças. O governo de Getúlio Vargas não escondia suas simpatias para com os países do Eixo, mas foi obrigado pelos acontecimentos e um grande clamor cívico e popular, a perfilar-se ao lado dos aliados. Embora tardiamente organizou a Força Expedicionária Brasileira e mandou nossos pracinhas para as trincheiras na Itália. Para combater o nazifascismo, irmão siamês do Estado Novo que tripudiava sobre a oposição, lotava os presídios de presos políticos, censurava a imprensa, tratava as greves como casos de polícia e reprimia manifestações pacíficas da mocidade estudantil.