O século XXI exige uma psicanálise comprometida com a devolução do Homem à sua humanidade. E exige que a psicanálise não seja vivida como uma ideologia, com populismo e com demagogia científicas, e que deixe de ser complacente para com a cartelização da formação. Que aceite que mais importante do que ir da fantasia à função simbólica, é que a função simbólica se transforme numa intencionalidade empreendedora com que se aja sobre o mundo e as relações. E que considere a sabedoria humana e a bondade original de cada pessoa como pontos de partida para quaisquer transformações a caminho de experiências que dêem sentido ao consentir, ao com-pensar, à com-paixão e ao conseguir. Por tudo isto, ao fim de mais de um século de psicanálise, torna-se urgente afirmar: "A psicanálise morreu. Viva a psicanálise!".