Oki Toshio, renomado escritor de meia-idade, decide ir a Kyoto às vésperas do Ano-Novo para ouvir os sinos dos monastérios budistas soarem, como manda a tradição japonesa. Entretanto, é movido também por um desejo secreto: reencontrar Ueno Otoko, sua amante vinte e quatro anos atrás, agora uma pintora famosa. Salpicada de reflexões, a viagem de Oki faz com que ele resgate as lembranças do passado: o romance terminara em tragédia, já que na época Otoko era apenas uma adolescente e ele, um homem casado. O envolvimento acabou resultando na gravidez da jovem, que abortara o filho. Diante da recusa de Oki em abandonar a esposa e casar-se com a garota, a mãe de Otoko, preocupada com a saúde debilitada da filha, resolve mudar-se com ela para Kyoto, separando definitivamente os amantes. O amor de ambos sublima-se em arte: partindo da triste experiência, ele escreve Uma garota de dezesseis anos, livro que lhe dá notoriedade e fortuna; ela, transformada em heroína idealizada pelo escritor, com a vida modificada pela morte prematura do filho e pelo preconceito gerado na exposição de sua virgindade violada, torna-se pintora igualmente renomada. Mais de duas décadas se passam até que o escritor resolva ir a Kyoto. Ciente da tragédia e enciumada com a volta do amante do passado, Keiko, aluna de Otoko, decide vingar sua mestra, tentando seduzir não só seu antigo amor, como também Taichiro, filho de Oki com a esposa traída. O desejo de vingança da estudante não é compartilhado por Otoko, que ainda mantém vivo o amor que sentira na adolescência. Mesmo sem a concordância de sua tutora, Keiko toma para si o rancor da história mal-resolvida, tornando-se pivô do drama que pode levar o triângulo à destruição.