Como já dizia Victor Hugo, o trabalho não pode ser uma lei sem que seja um direito. Talvez esta seja a tônica da inestimável obra, já que nos apresenta os debates mais pululantes e atuais da seara justrabalhista, mormente no que diz respeito à autoafirmação do trabalho digno frente ao ordenamento jurídico posto. Logo após receber o honroso convite de prefaciá-la, bastante ávido no intento, não me contive em ler esmiuçadamente os primorosos artigos científicos catalogados neste livro. Um significativo diferencial em relação a seus congêneres é a presença de um importante componente sociológico na análise do direito do trabalho contemporâneo. Autores de escol convidados para abrilhantar este livro, cada qual em determinado tema, obsequia-nos com multiplicidade de ideias para entendermos melhor o conteúdo e o significado da noção de mínimos existenciais no contexto da relação trabalhista. O material aqui apresentado tem como finalidade precípua servir como texto fundamental de estudo sobre o trabalho, em suas diversas nuanças modernas, à luz da famigerada dignidade da pessoa humana. Seu público-alvo é, portanto, o aluno de ciências humanas, sem se descurar, todavia, daqueles que pretendem adquirir uma base sólida na preparação de concursos públicos, sobretudo para as carreiras trabalhistas. [...] Enfim, após a leitura crítica e percuciente da presente obra, notaremos que o poder diretivo deve nortear-se nos estreitos limites constitucionais da disponibilidade da força de trabalho obreira, justamente por incidir nas relações empregatícias a eficácia irradiante e horizontal conferida aos princípios da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho. O controle abusivo de uma pessoa sobre outra é a antítese do trabalho digno, sendo que o debate acadêmico interdisciplinar, ainda mais com articulistas das mais diversas formações e experiências, consubstancia-se em um poderoso mecanismo concretizador do Estado Democrático [...]