Em A doença como metáfora, Susan Sontag imagina uma experiência espacial e identitária para a compreensão da convivência da doença e da saúde. Ela afirma: A doença é o lado sombrio da vida, uma espécie de cidadania mais onerosa. Todas as pessoas vivas têm uma dupla cidadania, uma no reino da saúde e outra no reino da doença. Embora todos prefiramos usar somente o bom passaporte, mais cedo ou mais tarde cada um de nós será obrigado, pelo menos por um curto período, a identificar-se como cidadão do outro país. É partir dessa reflexão que Cenas e Cenários: doença e literatura questiona os inúmeros lugares-comuns sobre a doença quase todos bastante fóbicos e, assim, imagina essa experiência de forma menos excêntrica e excludente. A figuração da doença na literatura será então uma possibilidade de repensar esse outro passaporte e sua relação com a vida. Em uma análise que parte do Romantismo, analisa discursos de inúmeras disciplinas sobre a doença e elabora as noções de cena e cenário(...)