Em O que os mortos sabem, Laura Lippman se inspira numa história real para criar um de seus melhores romances. Em 1975, Laura, ainda adolescente, ficou impressionada com a história das irmãs Sheila e Katherine Lyon, que desapareceram nas cercanias de um shopping. O mistério envolvendo seu sumiço nunca foi desvendado, os corpos nunca encontrados. Da família restaram os pais e dois irmãos. Pregado em seu inconsciente, o fato foi o pontapé inicial para um romance completamente ficcional sobre duas irmãs. As meninas Bethany, uma de 11 e outra de 15 anos, desaparecem em um centro comercial. Jamais foram encontradas. Centenas de perguntas sem resposta intrigam os policiais responsáveis pelas investigações: como puderam seqüestrar duas meninas? Quem as atraiu para fora do shopping? Trinta anos após o incidente, uma mulher bate o carro numa autoestrada do estado de Maryland. E surpreende a todos ao dizer ser uma das irmãs. Mas sua confissão e as evasivas com que responde ao interrogatório aprofundam o mistério. Onde esteve por todos esses anos? Habilmente transitando entre as ruas da memória, entre passado e presente, Lippman reconstrói o último dia das irmãs, Sunny e Heather, visto de diferentes perspectivas. Pequenas pistas espalhadas pela narrativa levam a surpreendente, mas plausível solução do crime e a identidade da motorista misteriosa. O que os mortos sabem é uma história sobre enganos e desilusões, sobre feridas e traições, que confirma o nome de Lippman como uma das melhores autoras do gênero.